Solidariedade em tempo de Pandemia
Por onde nada a Humanidade
A cena passou-se já há uns dias largos, quando o meu marido me ia buscar ao trabalho para almoçar.
Trabalho perto do Palácio de Queluz onde por ter um parque perto muita gente vai para lá praticar desporto.
Ora qual não foi o meu espanto quando o meu marido chega ao pé de mim e estava um senhor de idade em calções e roupa de fazer desporto ao lado dele.
O meu marido fez-me sinal para ir para o banco de trás e depois explicou-me que o Senhor tinha caído, mal conseguia andar e tinha uma ferida aberta a correr sangue nas pernas.
Impossibilitado de conseguir andar, o senhor fazia sinal aos carros para o ajudarem e ninguém parava até o meu marido chegar.
Assim que o meu marido viu o senhor com a perna em sangue parou o carro.
Ora o senhor estava sem máscara porque tinha ido só correr pelo que lhe cedemos duas das nossas descartáveis.
Queríamos levar o senhor ao Hospital, mas ele não quis e pediu-nos que o deixássemos no Quartel dos Bombeiros e assim o fizemos. Deixámos o senhor com votos de melhoras e este agradeceu-nos por tudo.
A partir daí não soubemos mais nada. Mas pergunto-me eu.
Que raio de solidariedade da pandemia que é tão falada existe, que por causa da mesma, não se socorre uma pessoa de idade com uma perna em sangue no meio da estrada?