Uma peça fundamental do nosso sistema de ensino, muito pouco valorizada e mal paga são os nossos assistentes operacionais e neste contexto de pandemia ainda mais.
Têm ordenados baixos e nas interrupções letivas permanecem nas escolas.
Andam de máscara na cara, luvas nas mãos e álcool gel em punho para desinfetar as mãos dos alunos, e não só. Se já faziam trabalho redobrado, este ano com a obrigatoriedade de desinfetar salas e os materiais necessários, assim como garantir distancias de segurança em espaços como refeitórios ainda mais.
Estão na linha da frente a par dos professores a garantir que tudo funciona.
Aturam as faltas de educação dos meninos e não só. Garantem a limpeza dos espaços e muitas vezes a segurança dos alunos.
Dão “colo” (sentido figurado para que não haja más interpretações) aos alunos mais desamparados e orientam os mais novos.
São fundamentais no nosso sistema de ensino se os nossos filhos conseguiram cumprir um período de aulas presenciais a eles os devemos.
Já vi alunos não passarem fome, nem frio graças à intervenção atempada destes assistentes operacionais, comunicando situações que por vezes passam despercebidas e intervindo diretamente.
A eles, como professora e mãe, o meu Muito Obrigada.
Obrigada pleo Grande Destaquue no dia 22 de Setembro.
Foi com supresa e agrado que vi o meu post sobre Regresso às aulas em grande destaque.
Um grande obrigada à equipa Sapo e aos mais fiéis leitores do mundo que apesar das minhas ausências nunca deixam de acompnhar as novidades no meu blog, porque sabem que vale a pena.
Há dias em que chove tanto, que não queremos estar em lado nenhum senão em casa. E se depois desses vem um raio de sol, o que queremos é tudo menos estar encaixotados numa sala de aula e muito menos com uma turma de alunos que não querem aprender. E nesses dias, procuramos uma forma de o tempo passar depressa. O D. Olhava pela Janela e a professora em vez de dizer: Não olhes para a janela. Dizia-lhe:
- Escusas de estar a olhar para aí que não vais ver os Celtas chegar a Península Ibérica.
O D. para de olhar para a Janela, os outros sorriem.
O MC enquanto a professora fala dos deuses Celtas e da adoração ao sol, faz gestos no ar com as mãos, a professora não lhe pergunta o que faz e não o mada estar quieto, em vez disso pergunta-lhe:
-Estás a tentar apanhar um raio de Sol? Olha que não é fácil. O MC para de gesticular, os outros sorriem.
Entretanto o M, o I, o F e a MY pegam-se entre si, a professora chama a atenção para pararem e refilaram: foram para a Biblioteca,”. Quem perdeu foram eles.” disseram mais tarde os outros.
Calam-se todos por um bom bocado, mas depois tentam reavivar um burburinho.
A professora está cansada. Não lhe apetece mandar calar ninguém. Está sem paciência, mas não quer desistir.
O D. tenta batucar na mesa discretamente, a professora não manda parar. Pega na matéria que está a dar e improvisa um pequeno Rap com a mesma. Os alunos olham para a professora estupefactos, mas calam-se. Apenas o batuque das mãos do D., a voz da Professora e os sons ritmados que o J faz com a boca. A professora desafia os alunos a juntarem-se-lhe. Uns vão outros desistem. A professora alinha com os que ficaram e desafia a Turma para a próxima aula. Não há toques, mas está na hora. “O quê? Perguntam eles. Mas eu agora queria mais aula.” Dizem eles no fim dos noventa minutos. De vez em quando sabe bem, surpreender e inovar não há receitas. Só Inspiração e o resultado é este:
A professora sai da sala de alma cheia. É só a sua pior Turma, mas conseguiu ! É isto que a move, conseguir dar-lhes a volta. Na aula seguinte, nenhum queria ir para a Biblioteca, não fizeram barulho nenhum e trabalharam com afinco e atenção. Agora é só esperar não lhe faltar inspiração.