Você é daquelas pessoas que acreditam que nós fazemos o nosso destino, que somos nós que o escolhemos? Pensa que é o herói da sua história, a personagem principal do livro da sua vida? Então esta história vai fazer de si a personagem principal e mesmo que seja daqueles que acreditam que o destino está marcado, arrisque-se e seja também a personagem desta história. Vista-se e pegue nas chaves do carro para conduzir esta história e siga o caminho que entender.
O despertador tocou. Abriu os olhos lentamente e espreitou as horas no relógio. É hora de se levantar. Abre a janela e devagar os raios de sol entram no seu quarto obrigando-o a abrir os olhos de vez e acordar um pouco mais. Depois do ritual matinal da higiene diária, de enfiar à pressão a roupa que escolheu, é hora do ritual do café da manhã. Finalmente despertou de vez. Sai de casa, tranca-a e retira as chaves do carro do bolso do casaco. No seu caminho cruza-se o gato preto da vizinha, que você não pisa por pouco. Entra no carro e liga a rádio para lhe fazer companhia. O locutor tenta animá-lo tocando músicas de ritmo alegre. O caminho é sempre o mesmo, você já o conhece muito bem. São já alguns anos a percorrê-lo. Por isso, o rádio acaba por lhe cortar a monotonia do percurso habitual. O que não estava previsto eram aquelas obras que o obrigam a ficar parado mais tempo do que estava a contar. Finalmente consegue avançar, mas já está mais atrasado do que pretende.
Surge agora o primeiro cruzamento, e o semáforo está verde, laranja, vermelho? Não, ainda não é agora que vai fazer a sua escolha, mas já está muito próximo. O sinal está laranja. E agora sim chegou a hora de escolher qual é a sua história. O que vai fazer? Se vai parar, a sua história é a versão A. Se decidiu avançar, então você é a personagem da versão B.
Para finalizar:
por vezes não importa as escolhas que façamos, se alguém não respeitar o sinal verde da nossa vida.
Ainda acredita que o destino é algo que se pode controlar?!.....
Marcou parte da minha infância e da minha adolescência como a primeira voz feminina no panoram do Rock Português e trinta anos depos regressa. Um regreso marcado por uma voz que permanece imutável e que promete . Deixo--vos com o Vídeo de apresentação doseu novo trabalho " grande Festa" e espero que gostem: "Desalmadamente"
Finalmente descobri o som e o cheiro de que tinha saudades. Afinal tudo o que nos contaram antes de sermos um só, era verdade. Eu conhecia a história, diziam que primeiro éramos filhos do Rocha e do mar que, impiedoso lhe batia e a obrigava a parir-nos na orla das suas ondas.
Mas eu nunca tinha visto nem a rocha, nem o mar, nunca tinha conhecido a minha mãe sofredora e o meu pai tirano e impiedoso. E, naquele fatídico dia ali estava eu, perante o meu imperioso pai e a minha majestosa mãe que lutava por se manter altiva na paisagem quebrando as ondas de fúria do meu pai.
Contavam também que depois o nosso pai a obrigava a abandonar-nos à nossa sorte. Alguns eram acolhidos por ele o mar, sendo arrastados para o fundo da vastidão do seu desconhecido mundo. Outros, ali permaneciam para sempre na orla do mar pai tirano, à vista da mãe rocha imponente, mas impotente, contra a tirania do mar.
Éramos minúsculos, insignificantes, pequenos grãos de areia espezinhado por pés humanos e patas de animais. Era humilhante. Afinal éramos filhos de dois gigantes. Mas filhos de dois gigantes que quer por vontade, ou por força das circunstâncias nos abandonaram à nossa sorte….
E mesmo sabendo disso, o cheiro de maresia, que, consigo mar trazia e o som das suas ondas que, ora batiam impiediedosas na rocha, ora a afagavam com meiguice e murmúrios impercetíveis, eram o som e o cheiro que me acompanharam toda a minha existência, desde que eu era um minúsculo grão de areia.
Um dia, uma garra de um estranho animal de ferro recolheu-nos e lançou-nos para um calor atroz, parecia que, do mar tínhamos sido lançados para o sol e deixámos de ser grãos de areia. Éramos uma massa incandescente. Pensei que nos tivessem lançado para o meio de um vulcão, daqueles que as gaivotas nos contavam existir e nos tínhamos transformado naquela massa incandescente e perigosa que deles saíam. Foi quando umas mãos humanas com um tubo e movimento rápido nos sopraram e arrefeceram e renascemos como como um só. Renascemos numa única criatura: num copo de vinho.
Inicialmente pensei que agora era mais forte, até que vi o que acontecia nas mãos de humanos descuidados: éramos quebrados e dispensados como se de nada importante se tratasse. Alguns tinham sorte eram postos numa caixa em que os faziam renascer num novo objeto. Mesmo assim não deixava de ser um sofrimento.
Mas, eu durante muito tempo tive sorte. Puseram-me numa caixa almofadada, diziam que existiam poucos com a minha forma e por isso era especial. Gostara quando a humana que abrira caixa sorrira. As mãos dela eram suaves. E quando os seus lábios tocavam as minhas extremidades, as minhas bordas, era como se me beijasse. E eu que tinha sido, rejeitado, espezinhado, derretido, transformado e nunca acarinhado, resplandecia de prazer e tinha um brilho único. Era como se o vinho cor de sangue com que ela banhava o meu corpo me desse vida e me embriagasse não só com o vinho, mas com a vida, com a sua presença.
O que mais me custava, era quando não era ela a pegar-me e permitia que outros lábios me tocassem, com mãos grosseiras, ásperas, pouco cuidadosas, com lábios ásperos , gordurosos, com bigodes farfalhudos que me agoniavam. E temia pela fragilidade do meu corpo naquelas mãos e noutras quando não era ela, quem me lavava.
Um dia nunca soube porquê, decidiu que o vinho só lhe sabia bem, se fosse eu, o seu copo. Não sei, talvez, o meu amor, a minha felicidade, se dissolvessem no vinho e a fizessem mais feliz.
Nesse dia toda a minha existência fez sentido.
Mas os anos passaram e sem que eu soubesse porquê, um dia, pegou em mim e chorando lágrimas sem fim, sorveu o último vinho rubro de sangue do meu corpo e tombou no chão inerte, sem vida. Ainda senti o calor da sua mão que me afagara tanta vez, mas esta entreabriu-se e rolei pela rocha, que reconheci ironicamente como a que me dera vida, e nela me quebrei em mil estilhaços.
Não fui levado para a caixa onde me fariam renascer noutro objeto. Hoje voltei a ser um grão de areia sovado pelo mar, socado pelo vento e espezinhado por pés de humanos e patas de animais. Mas as memórias de copo de vidro permanecem e ainda me enternecem.
Por vezes, quando o meu pai está no seus dias de meiguice, penso ouvir a sua voz, sentir as suas mãos e os seus lábios que me beijavam sorvendo o rubro liquido com que me inundava.
O vento contou-me que as suas cinzas foram espalhadas na vastidão do mar…
Na realidade quando é follow Friday eu gosto de divulgar blogues novos ou com poucos seguidores. Daí que muitas das vezes acabe até por não divulgar alguns dos meus preferidos. Mas há dois blogues que sigo desde o início do meu regresso que gosto muito e sem dúvida o (Ins) Sensato é um deles.O outro revelarei oportunamente mas é bastante conhecido também da comuniade blogueira. Gosto da forma como escreve e da diversidade de temas. Consegue publicar um artigo sobre sexualidade juvenil de forma educativa, instrutiva e não maçadora. Para quem gosta de série novas seguir o ( In) sensato é uma forma de as descobrir. Mas temas atuais como a preocupação pelo ambiente, a Ecologia e a política também lá estão. Assim como o interesse pela divulgação da arte da pintura e da fotografia. E muitos outros temas interessantes e atuais.
Se o autor é ( In) sensato ou Sensato não sei mas sei que vale a pena seguir o seu blogue (In) Sensato que insensato tem muito pouco.
Confesso que no início fui resistente a ver a série. Achei um pouco descabida a ideia. Ou então quem sabe um pouco de receio de brincar com coisas sérias. Mas rendi-me acho que está uma boa série para descontrair e na realidade eu também gosto de brincar com mitologias. Crenças religiosas à parte não deixam de ser personagem mitológicas.
Explorando o facto de o mesmo ter sido o anjo favorito que caiu em desgraça sendo enviado para reinar no Inferno, a série baseia-se numa fuga deste para o plano Terreno. No plano Terreno cruza-se com um detetive em quem não consegue usar os seus poderes e perto dela outras coisas estranhas lhe acontecem.
Para quem aprecia um pouco de humor negro e uma série leve para descontrair é uma boa série com alguns mistérios á mistura e uma visão diferente destas personagens que crenças religiosas á parte como já disse não deixam de ser míticas. Eu até já tenho uma personagem favorita que me arranca boas gargalhadas; a Maze.
Eu costumo ver na Netflix e vocês. Já conheciam? Costumam acompanhar?
Como gosto muito de alguns poemas ingleses, embora também existam boas traduções, aqui vos deixo o bonito poema de John Donne que não podia vir mais a propósito depois da minha ausência, pois é exatamente o nome e o tema do poema.
Present in Absence
Absence, hear thou my protestation Against thy strength, Distance and length; To hearts that cannot vary Absence is presence; Time doth tarry. My senses want their outward motion, Which now within Reason doth win, Redoubled by her secret notion; Like rich men take pleasure In hiding more than handling treasure. By absence this good means I gain, That I can catch her Where none can watch her, In some close comer of my brain: There I embrace and kiss her, And so I both enjoy and miss her.