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Vem ter comigo sem demora
Eu desafio-te para um duelo, Sem local, nem hora.
Os nossos corpos serão as armas escolhidas.
Sei que vais querer aceitar o desafio.
Sei que o teu corpo entrará num duelo sem vencedor, combatendo o meu.
Não vamos querer testemunhas, e nem padrinhos.
Porque basta o que nós sentimos
Porque basta o nosso amor.
Vem celebrar o nosso desejo.
O nosso aniversário de paixão, que não tem data marcada
Vamos envolver os nossos corpos num duelo de prazer.
Onde nenhum vai querer vencer.
Onde nenhum vai querer perder.
Quem vê esta imagem o que lê?
Beijo melhor do que cozinho?
É exactamente o que diz este íman que tenho na porta do meu frigorífico na cozinha. Comprei-o há uns anos atrás numa loja das galerias subterrâneas Metro quando estreei a casa onde hoje moro. Quando olhei para o íman não resisti a uma risada, pois achei, que estava com sentido de humor. Confesso que ainda hesitei por breves momentos em comprá-lo. Quem ler isto a primeira ideia que vai ter é que cozinho mal, não é lá muito boa publicidade (pensei), mas não é essa a mensagem que eu acho que transmite e desde quando me importo com o que os outros pensam sobre aquilo que eu gosto (pensei de novo).. Acabei por comprá-lo e o íman hoje tem lugar cativo no meu frigorífico. Mas não sei porquê ninguém consegue ler o íman em condições. Já o mudei de posição, já o pus em cima ao lado, ao centro, já o virei de pernas para o ar, pois podia conter uma mensagem subliminar que só seres iluminados conseguiam ler, e para outros lerem podia ser necessário uma posição diferente. Mas a verdade é que todos lêem “Beijo bem e cozinho mal” Mas o que eu acho, é que as pessoas lêem o que não lá está, porque entendem que se alguém gostar mais beijar, do que de cozinhar, é porque não sabe cozinhar. Ora, se pensassem bem, já diziam as nossas avós que um homem se “pesca” pela boca e saber cozinhar é sempre um artefacto útil. Mas não porque saber fazer outras coisas também? Porque achariam normal, num homem dizer que cozinha mal, e anormal numa mulher? Porque é que acham normal, que um homem procure uma mulher que saiba fazer tudo das lides domésticas, e se uma mulher disser que pretende um homem com as mesmas características, as pessoas respondam logo: -Está é à procura de um criado, não de um homem.
Porque não respondem aos homens: -Está é a procura de uma criada, não de uma mulher?
Porque carga de água, alguém que beija melhor do que cozinha tem forçosamente que cozinhar mal?
Estamos no século vinte e um e apesar de muito ter mudado na relação homem/mulher, as mentalidades do nosso país continuam tacanhas. As pessoas continuam a ter visões limitadas. Pois, foram tantas as vezes que leram a frase do íman de forma errada, que me senti obrigada a esclarecer publicamente. Pois eu declaro que:
- Sim senhora: eu beijo melhor do que cozinho. Só que eu cozinho bem. E como quem me beija concorda, também cozinha e também acha que eu cozinho bem, imaginem só o sabor do meu beijo.
Acho que é isso que incomoda muita gente, para lerem incorrectamente a frase do íman. Pois podem saber a qualidade da sua cozinha, mas ainda ninguém lhes elogiou a qualidade e sabor dos beijos.
Estou viciada na série Contacto/Entrevidas. Transporta-nos para o Universo que não sei se existirá. Acredito no além. Gosto da humanidades das histórias e dos personagens principais.Acho o desempenho dela excelente.Fico presa no ecrã até ao último momento.
Era criança e sonhava com as estrelas que todas as noites via no céu, com a lua longínqua num céu distante, que no seu brilho nocturno lhe traziam a promessa de um novo mundo, em que a fantasia reinava , tal como nas lojas de brinquedos. E no seu sonho, no seu mundo não havia casas. Só palácios de tectos estrelados, onde num quarto aconchegante, numa cama confortável, um rosto feminino de feições delicadas e olhos profundamente tristes, se acercava dele beijando-o carinhosamente na testa, e ao sentir o beijo tudo se desfazia. Restava apenas uma névoa . A névoa que escondia essas recordações submersas no seu inconsciente de criança, onde as suas recordações, de um rosto de mãe aconchegando-o no seu leito, se confundiam com os sonhos de palácios e fantasia que as estrelas e a lua lhe recordavam. Existia apenas e só o sonho. E continuava, até ao alvorecer do dia a sonhar, no seu sono doce e ingénuo de criança . Na sua verdadeira casa, debaixo de um tecto - céu estrelado, aconchegado em lençóis de jornal numa cama banco de jardim , onde apenas o vento suave lhe beijava a testa.
A noite já caiu há muito sobre a floresta. A lua cheia banha a floresta com o seu imenso clarão fazendo a noite parecer dia. As corujas lançam o seu estridente piar de aviso. Uivos de lobos ecoam na noite, parecendo dizer chegou a nossa hora de reinar.
Pirilampos cintilam um pouco por toda a floresta como estrelas caídas no chão. Muito baixinho, de mansinho, ouve-se o som mavioso de uma cascata que parece cantar.
Devagarinho a lua parece afastar-se.
Lebres espreitam timidamente com o focinho espetado no ar, saltitando alegremente de um lado para o outro. Cobras arrastam-se sinuosamente para o seu esconderijo.
A floresta vive em harmonia. Reina a vida. Reina a tranquilidade. O silêncio ergue-se por vezes, contrastando com as vozes da noite, com a voz da floresta.
As corujas permanecem alerta como guardiãs da noite.
Vultos amando-se na escuridão. Risos que ecoam. Sente-se a felicidade a pairar no ar, sente-se magia por toda a floresta.
Os vultos brincam felizes, passeiam, banham-se na cascata mas as suas sombras perseguem-nos. Saem da cascata e as sombras perseguem-nos, escondem-se no meio da floresta, mas as sombras perseguem-nos. Onde que estejam, o que quer que façam as sombras estão lá, perseguindo-os, observando-os, vigiando-os.
Fogem das sombras sem se aperceberem que fogem deles próprios. Tentam em vão livrar-se das sombras. As noites repetem-se iguais, com o seu encanto na floresta, sem que os vultos se livrem das sombras. Eis que surge uma noite que os vultos conseguem finalmente livrar-se das sombras.
Mas que aconteceu à floresta encantada onde antes reinava a vida em harmonia e felicidade?
A lua partiu sem voltar, deixando a escuridão para sempre reinar, os pirilampos deixaram de cintilar. Um silêncio soturno invadiu a floresta acompanhando a escuridão. Não mais as cobras saíram do esconderijo, nem as lebres voltaram a espreitar. A voz da floresta nunca mais soou e a cascata não mais cantou.
Tarde demais, os vultos perceberam que sem as sombras a floresta morria, pois as sombras eram a alma da floresta. Eram elas, as sombras que tornavam a floresta encantada, que faziam a felicidade reinar no ar, e eram também as sombras que protegiam a floresta. Sem as sombras todo o encanto da floresta se quebrara.
E os vultos, que lhes acontecera?
Os vultos, esses, nunca mais foram felizes, nunca mais se amaram, nem nunca mais no ar os seus risos ecoaram. Saíram da floresta, vultos peregrinos em busca das sombras que antes desprezaram. Mas as sombras nunca mais voltaram...