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Sopa De letras

Vinha à procura de sopa? Aqui há , mas só de letras! Letras atiradas ao acaso saídas de uma Caixinha de Pandora.

Vinha à procura de sopa? Aqui há , mas só de letras! Letras atiradas ao acaso saídas de uma Caixinha de Pandora.

DES(IGUALDADE) NA TERRA CINZENTA

Aquela terra era uma terra uniformemente cinzenta, povoada de gente cinzenta, com ideias cinzentas, casas da mesma cor, com o mesmo feitio e a mesma forma. Só havia uma cor, o cinzento. Só existia um tipo de árvores, todas com o mesmo tamanho, todas de formatos iguais. Só existia um tipo de fruta, também esta cinzenta com o mesmo formato e com o mesmo sabor. Não existiam animais, porque não podia existir um ser vivo que fosse de espécie diferente. A comida daquela terra era artificial. Todos comiam as mesmas refeições à mesma hora. Começavam e acabavam a refeição assim que soava um sinal. Só existia um livro editado: " As Leis da Terra". Todos sabiam ler e escrever, mas apenas podiam ler e escrever as mesmas palavras, da mesma forma, com o mesmo tipo de letra, com o mesmo tom de voz. Só existia uma música: O Hino da terra. Era o único que podiam ler. Todos tinham de partilhar das mesmas ideias, da mesma forma de pensar da mesma forma falar. Reuniram várias profissões e transformaram numa só a que Chamaram: Essencial. Todos tinham que ser Essenciais para não existir diferenças entre os demais. Só tinham uma religião, onde só existia um deus (sem santos, sem divindades) esta religião e o seu Deus eram completamente unitários. Só havia um programa de televisão: uma espécie de Curso para o Bom Cidadão onde as leis da terra era repetidas infinitamente à mesma hora. Ninguém podia, nem devia, abandonar os limites da terra onde vivia. Raros eram os que não acatavam as leis pois a pena para aqueles que se opusessem seria a morte. As mulheres eram todas iguais entre si, tal como os homens entre si eram todos iguais. Todos vestiam fatos cinzentos com o mesmo corte. As mulheres tinham todas o mesmo nome tal como os homens, para que se conseguissem distinguir eram usados números e homens e mulheres eram considerados pela lei como artigos. Tudo era feito à mesma hora da mesma forma. Tudo tinha que ser igual. Tudo era millimetricamente planeado para ser igual. Aliás, naquela terra o direito à diferença não existia. A única excepção à regra era a diferença entre homens e mulheres com o fim da procriação. Já tinham tentado formas artificiais de procriação, até mesmo clonagem, mas os artigos saíam muitas das vezes com defeito. Por isso prosseguiam com a experiências, mas estas não conseguiam progredir. A ciência estava pouco evoluída desde que os sistema da igualdade fora implantado na Terra Cinzenta. Naquela Terra cinzenta, ninguém passava fome, ninguém passava frio. Todos viviam sem que nada lhes faltasse. Talvez por isso e por terem crescido a conhecer só aquela realidade, poucos eram, muito poucos na verdade, os que se opunham às leis da Terra. Mas a Criatividade, a Espontaneidade e a curiosidade já não existiam, tinham mesmo desaparecido daquela terra. As conversas eram sempre as mesmas monótonas sem interesse. Chegou a um ponto em que as pessoas deixaram de conversar apenas proferiam algumas frases necessárias. Todos pensavam que já não havia nada por descobrir. Até que um dia, todas as crianças se juntaram e com a irreverência e curiosidades inerentes à sua infância, saíram dos limites da terra cinzenta. Como é que elas conseguiram sem ninguém ver, ninguém sabe, mas o que todos sabem em todas as terras, é que as crianças são mestras na arte de desaparecer rapidamente sem ninguém as ver. A terra cinzenta iria ficar sem descendência, se não as encontrasse, pois a população estava a envelhecer e a maioria dos casais já não podia procriar mesmo que quisesse. Fez-se uma reunião geral da população e todos concordaram em abrir uma excepção: partiram para além dos limites da terra cinzenta e descobriram um sentimento novo, a: a preocupação. Quando ultrapassaram os limites da terra cinzenta, descobriram um mundo de cores inimagináveis e ficaram extasiados. Descobriram o espanto e a admiração. Quando viram pequenos seres de pretos e muitas patas (formigas) correndo em fileira para um montículo, foram todos espreitar, quando alguns destes seres lhes amarinharam pelos braços, uns gritaram, outros riram e as mais diversas emoções descobriram. Parecemos crianças – alguém disse – Só então voltaram á realidade e partiram em busca dos seus filhos com um estranho sentimento de ansiedade. Pouco tiveram de procurar pois bem perto os encontrou a brincar, com seres de quatro patas e caudas de diferentes tamanhos emitindo sons estranhos. Assim que os encontraram descobriram o amor escondido que tinham então pelos seus filhos. Ficaram ainda imenso tempo a descobrir coisas novas pais e filhos com uma alegria infindável. Viram ainda outros seres humanos, seus semelhantes, com roupas diferentes, falando línguas diferentes e provando manjares inimagináveis que e também os olhara com algum espanto mas rapidamente voltaram às suas ocupações. Os habitantes estavam espantados com os diferentes sentimentos que tinham descoberto. Nesse dia os habitantes da terra cinzenta fizeram uma descoberta, eles tinham vivido como eram obrigados mas ninguém os tinha deixado viver da forma que eles queriam. Desde esse dia a terra cinzenta mudou muito: a criatividade e curiosidade andam á solta, surgiram novos livros, novas profissões e até novas religiões. Os habitantes têm gosto em conversar sobre as suas diferenças e as suas descobertas, trocam receitas de pratos novos e plantas para ter no jardim, descobriram novas profissões. Todos se respeitam como seres iguais, mas todos querem ter o direito à diferença. Aliás neste momento a terra cinzenta está muito colorida e agitada e feliz, mas existe uma coisa em que todos concordaram: para serem felizes teriam que reconhecer que a verdadeira igualdade residia no direito à diferença, que só assim era possível viver e deixar viver.

O Erro do poeta


foto das fotos do sapo


Eu pensava que o amor era mágoa, dor, desilusão. Eu tinha quase a certeza que o amor era aquela eterna incerteza, aquela dúvida, aquele desassossego de que o poeta falava.

Eu pensava que o amor era a eterna espera, era a angústia, o sofrimento, o tormento de que o poeta se queixava ao vento.

Eu pensava que o amor era aquela agonia sentida e forte, a ausência mais dolorosa que a morte. Eu pensava como o poeta, que cantava as suas mágoas ao vento, que amor era apenas dor, angústia, sofrimento.

Mas hoje eu sei o que é o amor.

O amor é alegria, fantasia, uma doce paixão, um alegre bater do coração.
O amor é uma dádiva eterna, é um dar e receber sem parar. É estar ao teu lado sem falar.

É não ter que esperar, é a felicidade a bater a nossa porta. É ter a tua mão na minha para caminharmos de mãos dadas. É um sorriso, um sonho realizado. É não ter que esperar eternamente por quem está ao nosso lado.


O amor é esquecer a angústia, agonia, o sofrimento a desilusão, porque estamos juntos e desfrutamos plenamente a nossa paixão.

Eu não sabia o que era o amor ,mas agora que te tenho a meu lado, eu já sei o que é amor e agora eu sei, eu tenho a certeza que o poeta estava errado.

Informações importantes

Alguns dos textos que aqui deixo, já foram publicados noutros blog sob outros nicks , que por força das circunstâncias acabei por lhes pôr um fim. Uma grande maioria está publicada no sites Crónicas  dos  Anjos de Prata ,  site para o qual escrevi grande parte usando o meu nome real. Por isso não se admirem se encontrarem os mesmos textos sob o nome de Pandora no Caixinha de Pandora, e Um Conto de Reis, Regina Reis no Bebop e Flora Rodrigues nos Anjos de Prata. Actualmente mantenho o Crónicas de uma mãe atrapalhada . O sopa de Letras funcionará como fonte aglutinadora de todos à excepção do Crónicas de uma mãe atrapalhada.
         Não me importo que transcrevam textos desde que mencionada a sua real origem. Se os encontrarem sob outro nome  é porque outra pessoa se  apropriou deles, indevidamente como já me aconteceu uma vez. Eu própria transcrevo alguns textos de que gosto e sempre que sei transmito a fonte. Agora entrem, sirvam-se de uma sopa de letras e metam a colherada.

Vida Conjugal

mãos dadas.jpg

 

A história deles podia ser uma história como tantas outras, não fosse o facto de nos dias que correm já ser raro encontrar um casal que tivesse partilhado sessenta anos de vida conjugal. Era esse o facto que os tornava especial e era esse mesmo facto que intrigava os que os rodeavam. Seria possível manter uma relação durante tanto tempo sem que o amor esmorecesse? Mesmo porque eles formavam um casal tradicional e conservador. O que retirava a hipótese terem recorrido aos artifícios modernos da imaginação apimentada pelos produtos disponíveis nas “Sex – Shops”. Ou apenas fingiam que eram um casal conservador? Mas se o faziam enganavam muito bem.

 

Não faltavam a uma missa de domingo. Os filhos foram educados no maior rigor e todos foram baptizados e frequentaram a catequese. Dispunham de boas maneiras e educação esmeradas. O casamento tinha sido católico e a noiva tinha desfilado vestida de branco cândido e coroada de flores de laranjeira como mandava o figurino. Ela tinha fama de irrepreensível dona de casa, ele de chefe de família imaculado. Não, não parecia que fingissem ser um casal tradicional e conservador, ao fim de tantos anos, se fosse fingimento alguma falta haviam de ter revelado. Teriam um cometido um pequeno deslize se é que se poderia chamar a isso de deslize. Seria aquele um casamento de verdade ou apenas uma fachada de felicidade em que um dos dois se apagava deliberadamente para que outro brilhasse? Teriam realmente sido felizes?

 

 

Se não o foram, enganaram toda a gente, pois ainda hoje o parecem ser, mas o que intrigava toda agente é que eles próprios afirmavam ao fim de tantos anos já não era o amor que importava, embora reafirmassem a grande paixão que os uniu, a emoção do primeiro olhar, do primeiro beija – mão e dos primeiros beijos trocados a medo, à pressa escondidos dos olhares atentos dos pais vigilantes da época. Se apesar de tudo isso já não era o amor o que vinha depois do amor?

 

 

Esse era o segredo: o que vinha depois do amor. A sabedoria para lidar com as primeiras desilusões, o companheirismo, a cumplicidade, entendimento tácito, o conhecimento da complexa natureza humana, um sentimento muito maior que o próprio amor, mas que só percebe e compreende quem viveu um grande amor, mas que por ser tão grandioso, esse sentimento nunca ganhou nome próprio.

 

Era isso que eles respondiam a quem lhes perguntava o segredo. Terminando sempre com o mesmo conselho: “ Amem-se sempre como nos tempos em que namoravam até perceberem que esse amor não pode crescer mais e depois do amor…” aqui calavam-se e trocavam um olhar cúmplice que valia mais de mil palavras….

Afinal o que é a experiência?

A redacção que se segue foi escrita por um candidato numa selecção de
Pessoal na Wolkswagen. A pessoa foi aceite e o seu texto está a fazer furor
na Internet, pela sua criatividade e sensibilidade.....


Já fiz cócegas à minha irmã só para que deixasse de chorar, já me queimei a
brincar com uma vela, já fiz um balão com a pastilha que se me colou na cara
toda, já falei com o espelho, já fingi ser bruxo.

Já quis ser astronauta, violinista, mago, caçador e trapezista; já me
escondi atrás da cortina e deixei esquecidos os pés de fora; já estive sob o
chuveiro até fazer chichi.

Já roubei um beijo, confundi os sentimentos, tomei um caminho errado e ainda
sigo caminhando pelo desconhecido.

Já raspei o fundo da panela onde se cozinhou o creme, já me cortei ao
barbear-me muito apressado e chorei ao escutar determinada música no
autocarro.

Já tentei esquecer algumas pessoas e descobri que são as mais difíceis de
esquecer.

Já subi às escondidas até ao terraço para agarrar estrelas, já subi a uma
árvore para roubar fruta, já caí por uma escada.

Já fiz juramentos eternos, escrevi no muro da escola e chorei sozinho na
casa de banho por algo que me aconteceu; já fugi de minha casa para sempre e
voltei no instante seguinte.

Já corri para não deixar alguém a chorar, já fiquei só no meio de mil
pessoas sentindo a falta de uma única.

Já vi o pôr-do-sol mudar do rosado ao alaranjado, já mergulhei na piscina e
não quis sair mais, já tomei whisky até sentir meus lábios dormentes, já
olhei a cidade de cima e nem mesmo assim encontrei o meu lugar.

Já senti medo da escuridão, já tremi de nervos, já quase morri de amor e
renasci novamente para ver o sorriso de alguém especial, já acordei no meio
da noite e senti medo de me levantar.

Já apostei a correr descalço pela rua, gritei de felicidade, roubei rosas
num enorme jardim, já me apaixonei e pensei que era para sempre, mas era um
"para sempre" pela metade.

Já me deitei na relva até de madrugada e vi o sol substituir a lua; já
chorei por ver amigos partir e depois descobri que chegaram outros novos e
que a vida é um ir e vir permanente.

Foram tantas as coisas que fiz, tantos os momentos fotografados pela lente
da emoção e guardados nesse baú chamado coração...

Agora, um questionário pergunta-me, grita-me desde o papel: " - Qual é a sua
experiência?" Essa pergunta fez eco no meu cérebro. "Experiência...."
"Experiência..." Será que cultivar sorrisos é experiência?

Agora... agradar-me-ia perguntar a quem redigiu o questionário: -
Experiência?! Quem a tem, se a cada momento tudo se renova???

Quem é a cozinheira?

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